A invasão francesa ao Rio de Janeiro em 1711
A invasão francesa ao Rio de Janeiro em 11 de setembro de 1711 foi um episódio marcante durante o período colonial do Brasil, envolvendo conflitos entre as forças francesas e as defesas portuguesas na cidade. É mister recordar que ainda a 20 de janeiro de 1567 os portugueses comandados por Estácio de Sá com o precioso auxílio dos indígenas temiminós, chefiados por Araribioa, derrotaram os franceses e seus aliados tamoios na Batalha de Uruçumirim. Este episódio também ocorreu na Baía de Guanabara.
No contexto histórico, o Rio de Janeiro, uma colônia portuguesa, era uma cidade estratégica devido à sua localização geográfica e ao comércio de ouro e diamantes que fluía pela região. Durante o século XVII, o Brasil era constantemente alvo de ataques de potências europeias concorrentes, como os franceses.
Nessa invasão específica, o corsário francês René Duguay-Trouin (1663-1736) liderou a frota francesa que atacou o Rio de Janeiro. Trouin era experiente em ataques a colônias e portos, e sua invasão visava saquear a cidade e enfraquecer o domínio português na região.
Duguay-Trouin utilizou como pretexto para essa investida, o fato que em 1710 o corsário Duclerc, pagou com a vida na tentativa de ocupar a cidade. O fato foi entendido como uma espécie de vingança.
O ataque surpreendeu as defesas portuguesas, e os franceses conseguiram tomar a cidade após intensos combates. A invasão resultou em pilhagens, saques e incêndios em partes da cidade. Trouin exigiu um resgate para não destruir completamente o Rio de Janeiro.
O pânico espalhou-se e tomou conta das milícias, que desertaram, assim como ocorreu com a população, fugiram sem esperar a força militar que vinha da região das Minas Gerais para tentar conter a invasão. Duguay-Trouin saqueou a cidade e ainda exigiu a seus moradores um custoso e marcante resgate: pediram a quantia de 610 mil cruzados, 100 caixas de açúcar e 200 bois.
Os portugueses concordaram em pagar a quantia em ouro para que os franceses se retirassem, poupando a cidade de um dano ainda maior.
Os principais personagens desse evento foram o próprio René Duguay-Trouin, um corsário habilidoso, e os líderes portugueses que defendiam a cidade, como o governador Francisco de Castro Morais (?-1738).
Apesar de ter sido uma invasão breve, a ocupação francesa do Rio de Janeiro em 1711 deixou marcas profundas na memória da cidade. O evento ressaltou a importância da defesa das colônias portuguesas e a necessidade de fortalecer as estruturas de proteção. Esses ataques reiteraram a constante ameaça enfrentada pelas colônias na América Latina durante o período colonial, moldando as políticas de defesa e fortificação das cidades coloniais.
Imagem: Detalhe do mapa que mostra a entrada do corsário Duguay-Trouin na baía de Guanabara em 1711, confeccionado por De La Grange.
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