Flanar pelo Centro do Rio é mais do que uma caminhada
Ao flanar pelo Centro do Rio de Janeiro, adentramos nos meandros do Rio Antigo, onde as marcas do tempo sussurram aos ouvidos atentos. O casario antigo, de fachadas imponentes e fachos de história entrelaçados, é testemunha silente de um passado que insiste em permear o presente.
Nesse sítio de encantos e esquinas, o samba é o fio condutor da caminhada. Vibra nas pedras gastas pelas solas cansadas, ecoa nas conversas de esquina e dança nos passos errantes dos transeuntes. É um murmúrio contínuo, como um rio de notas que flui pelas ruas estreitas.
O Rio Antigo é um cálice de memórias, onde os ecos de Cartola, Donga e Pixinguinha ressoam nos becos de paralelepípedos. As vielas estreitas contam histórias de malandros e boêmios que, ao som de um velho cavaquinho, desfiavam tristezas e alegrias.
Nesse cenário de saudades, o tempo parece diluir-se, e somos convidados a dançar com as sombras do passado. As paredes dos casarões sussurram segredos, e os lampiões ainda guardam o brilho daqueles que por ali passaram.
E assim, entre o velho e o novo, entre o passado e o presente, o samba nos guia, como um fio de Ariadne, por esse labirinto de recordações. Cada esquina, cada espadana, é um convite à contemplação e à reflexão sobre o que fomos e o que seremos.
Flanar pelo Centro do Rio de Janeiro é, mais que uma simples caminhada, uma viagem no tempo, uma imersão na alma dessa cidade que pulsa ao ritmo do samba. De repente, um dia eu ainda esbarro com o João do Rio. E ao som dessas notas, somos levados a enxergar além das fachadas, a sentir a essência desse Rio que, mesmo moderno e pulsante, guarda com carinho os ecos de um passado que teima em não se calar.
● Indicação de leitura:
A alma encantadora das ruas por João do Rio.
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Muito bom!👏🏻
ResponderExcluirque rua assustadora! o centro do Rio dá medo!
ResponderExcluirTive a mesma sensação. É uma pena que um cenário tão lindo esteja tão decadente!
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